por Marcos Elias
“Dessa vez vai ser diferente, amor, prometo”. Aí dou chance e só me decepciono… PQP. Cansei, sempre a mesma coisa. Pô, Ubuntu!
E depois de tantas decepções, lá vou eu dar mais uma chance ao Ubuntu, a distro Linux aparentemente mais popular nos desktops – e que em breve estará nos smartphones, tablets, geladeiras, etc.
Tentarei usar só o Ubuntu por algumas semanas. Com seu ambiente de trabalho padrão, o Unity.
Nessa semana tive problemas graves com o Ubuntu. Não sei como resolver, não testei tudo o que pude, mas decidi enfiar a cara e me esforçar, mantendo o Ubuntu num HD só pra ele – eu sempre tive problemas ao usá-lo em HDs cheios de partições com Windows e dados.
A cada lançamento do Ubuntu eu penso: “ôba, melhorou, agora será diferente!”. Mas na prática não fico muito tempo sem começar a xingar. Fico irritado facilmente com alguns problemas “crônicos” do Linux no desktop.
Unity: uma relação de amor e ódio
Eu gostei de ver o Ubuntu com uma interface própria. Se as primeiras versões eram apenas um remaster do Debian com GNOME por padrão e umas frescurinhas a mais, as versões dos últimos anos deram uma identidade própria ao Ubuntu.
Na minha análise/review do Unity no Ubuntu 11.04 (de abril de 2011) ficou bem claro que gostei das mudanças, apesar de não concordar com tudo. O Ubuntu se diferenciou das outras infinitas distros e fez algo próprio, palmas!
A minha maior queixa que prevalece até hoje se refere à posição do “dock”, “lançador”, “barra de tarefas” ou o que quer que seja aquele painel no lado esquerdo. Eu gostaria de ter a possibilidade de mudá-lo de lugar, especialmente para a parte inferior da tela. Tive minha iniciação no mundo da computação usando Windows 98. A barra inferior parece mais “natural”. Mas a ditadura da Canonical não permite isso. Há docks e outros apps, mas em geral eles não oferecem uma experiência nativa – é complicado arrastar arquivos para as janelas nos docks que testei, apesar de ter testado faz tempo, confesso; preciso ver como andam projetos como o Docky.
Sobre o menu unificado e botões da barra das janelas à esquerda, beleza: já usei por um tempo e gostei do OS X. Todavia, se quiser, veja como colocar os botões das janelas ao lado direito no Ubuntu. É fácil. Nada intuitivo, mas fácil.
Amo e odeio Linux ao mesmo tempo
Amo Linux pela liberdade, por ser algo completamente diferente do mundo dos softwares proprietários. Ainda que a vida sem eles não seja tão fácil, ainda que nem todos eles sejam tão ruins assim, eu curto a ideia da liberdade. Um sistema que, uma vez instalado, pode ser usado para qualquer propósito, sem se preocupar com as ideologias dos seus fundadores – diferente do Windows ou OS X, com seus restritivos termos de licenciamento. A “gratuidade” e flexibilização na hora de compartilhar o código e os projetos também me animam. Software livre é um software para todos, sem restrições, sem frescuras teóricas (ainda que alguns grupos tentem ir no caminho contrário ou misto, como o Android ou a barra do Unity fixa no lado esquerdo, sem possibilidade oficial de mudança de lugar).
Enfim, eu falo mal de Linux porque uso, porque sei do que estou falado. Tudo bem que possa ter solução, mas o que importa é que “out of the box” o sistema deixa muito a desejar ainda, decepciona, literalmente afasta muita gente acostumada com Windows ou OS X. Eu não gostaria que fosse assim.
Admiro Linux, e gosto de divulgar a plataforma a novos interessados, ainda que com certa cautela. Veja meu texto O que é Linux? Apresentação para Iniciantes.
É alguma zica que tenho, sei lá. Minha relação com o pinguim é muito bipolar. Ao mesmo tempo que curto, não consigo usar por muito tempo sem pensar em voltar para o Windows ou Mac. Tive dezenas de problemas com o Ubuntu 12.10, que me motivaram a escrever o desabafo Linux nos desktops? HAHAHAHA.
Já experimentei muitas outras distros, com destaque para o Mint Debian. Gosto do Cinnamon. Mas para uso e recomendação geral eu gostaria de poder conseguir usar o Ubuntu.
Por que quero dar uma chance ao Ubuntu?
Porque é a distro que tem maior potencial de crescimento e patrocínio. É a distro mais próxima da realidade para usuários leigos em computação, que usam Windows ou OS X e não querem se preocupar em como funcionam os pacotes, configurações, etc: querem apenas algo que funcione. Não que o Mint ou outras distros não entreguem isso, mas enfim, o Ubuntu é uma das mais tops nesse sentido.
Quero Ubuntu pela aparente garantia de suporte. Software para Linux quase sempre é testado no Ubuntu, deixando as outras distros para depois – caso do Steam, por exemplo. Ter um sistema mais popular favorece essa “estabilização”. É mais fácil encontrar apps de terceiros que rodem “out of the box” no Ubuntu do que num Zé Linux da vida. E o Ubuntu não vai acabar de uma hora para outra. Há um explícito comprometimento da Canonical por melhorias.
Coisas que amo no Unity
Apesar de ficar profundamente decepcionado com o lançador que não pode ser movido, gosto MUITO do HUD (teclando Alt…) e do visual translúcido com cor que se adapta ao papel de parede. Curti MUITO isso, é um recurso visual bem lindo e prático.
Ubuntu 13.04: nova chance!
Depois de me decepcionar um pouco com o Windows 8.1 Preview (nada tão grave, mas esperava mais), quis algo diferente. Gosto muito dos Macs e do OS X, mas não curto os rumos recentes que o sistema da maçã vem tomando. Restringindo instalação de apps de fora da loja por padrão, aumentos nos preços… Acho um absurdo ver um lixo de Core i5 com 4 GB de RAM sem GPU dedicada por R$ 2500 (Mac mini), ou um notebook com tela de 11″ por mais de R$ 4k (MacBook Air mais barato). E parece que ficam cada vez mais caros por aqui. Não é só o custo Brasil, impostos e etc: a margem de lucro da Apple que é gigante mesmo. Isso desanima. Gosto muito do OS X, mas… Não faço questão, até porque gosto de usar de tudo um pouco.
Por esses dias precisei usar o Ubuntu 13.04 que estava instalado numa partição aqui, mas tive problemas diversos. A rede parou de fucionar e “sumiu” (= sem internet), o app de configurações não abria, etc. Seria por ter instalado posteriormente os pacotes kubuntu-desktop e lubuntu-desktop? Não sei. Vou tentar nunca mais fazer isso, sempre deu algum confito louco comigo – gosto de instalar eles para ter acesso ao KDE e LXDE no Ubuntu.
Enfim, tentarei ficar por algumas semanas – ou meses – com o Ubuntu 13.04. Se tiver problemas graves, comentarei aqui no site.
Como não consegui resolver os inúmeros bugs na instalação que eu tinha, decidi limpar um HD e instalá-lo novamente nele. Sem outras partições, só uma para o Ubuntu com tudo nela (/, /home, etc).
Estou com os drivers proprietários da Nvidia instalados por padrão (usando a interface do gerenciamento de software mesmo), e aparentemente tudo funciona sem problemas.
Só para resumir a minha configuração: Core i3 2100, 8 GB de RAM (sem swap), HD de 500 GB para o Ubuntu (mais outros HDs maiores com o Windows 8 e dados), Nvidia GTX 460 1 GB.
É isso, o Ubuntu poderá ganhar mais um usuário e evangelista (não gosto desse termo :P fica “entusiasta/divulgador/recrutador”). Ou mais um hater (“odiador”). Só mais um.
Elias, lendo o texto, achei curioso como em muitos pontos a gente tem visão bem semelhante.
Recentemente, após deparar-me com o rumo o qual a Microsoft está tomando (lançando um sistema com muitas deficiências para uso em computadores de mesa), decidir testar o Linux na prática. E, cara, que banho de água fria eu tomei. Não vou dizer que achei de todo ruim, mas como você mesmo falou, há muitos “mimos” presentes no Windows que, quando tentamos manter no Linux, quebramos a cara. E são coisas que realmente fazem falta (por simplesmente não haver alternativas).
A questão é que, como você expôs, usando a “barra de tarefas” do Ubuntu como exemplo, a experiência “out of the box” no Linux ainda se demonstra deficiente. A razão não é somente por ele ser diferente do Windows, é por simplesmente não fornecer bons recursos/personalizações (NATIVAMENTE) que auxiliem na produtividade e facilite o processo migratório.
Assim como você, vou citar um exemplo: no Windows, com apenas uma tecla, eu posso usar e abusar do sistema de buscas do SO. Já no Linux, a maioria dos recursos nativos de busca pouco me satisfaz (a menos pior é a do Ubuntu, que na minha opinião ainda é medíocre). Por esse ser um dos recursos que mais utilizo no Windows, ter o Linux como sistema principal é quase que impraticável. No final das contas, experimentar o Linux só serviu para que eu percebesse que meu “velho” Windows 7 (foi lançado em 2009, instalei-o em meu PC em 2010 e desde então NUNCA precisei reinstalá-lo/formatar o HD) ainda é um sistema bastante sofisticado perante alternativas, apesar dos pesares. Quando encerro o Linux e volto pro Windows, é como se estivesse voltando ao paraíso.
Não são apenas estes pontos que me deixaram desiludido com o Linux, existem outros, mas o pior é que a comunidade de um modo geral é irredutível, o que desfaz a mínima expectativa de mudança. E, nessa lenta e baixa onda, o Linux seguirá no mercado de computadores pessoais, permanecendo num nicho, e nunca chegar às massas pela comunidade simplesmente não conseguir compreendê-las.
Caro Elias, concordo com você em umacoisa ou outra, só acredito que um sistema operacional que te oferece quase tudo que os outros (em alguns casos te oferece até mais) sem te cobrar nada por isso poderia ser melhor se pessoas como você e eu ajudassem no desenvolvimento, nas comunidades, em idéias, ou criando sua distro, afinal o software é livre e de código aberto. Portanto acredito qu só pelo fato de não pagar nada por ele o Linux é o melhor SO que existe. Abraço
Acho que a melhor distro de todas é o Slitaz, leve, pequeno, rápido, misteriosamente funcional pra um linux, não precisa mexer com multi-boot, grub, fazer lambança com o HD, intuitiva para usuários leigos(depois de instalar o flash, que não funciona depois de um simples apt-get) e completo “out-of-the-box” apesar do tamanho(falta um pacote ou outro, mas a grande maioria é instalada pelo packagemanager gráfico).
O ubuntu é lento e bugado, pensava que era o único que conseguia travar ele ou o seu dpkg ou outra coisa, o Slitaz magicamente reconhece mais hardwares “estranhos” que o gigante Ubuntu com seu 1GB de tamanho.
Para usuários leigos é mais intuitivo e simples também, uso ele como SO substituto enquanto conserto apenas o HD da pessoa, ninguém reclamou até agora(claro que com o Skype e o flash pre-instalado).
É uma distro linux muito boa em comparação com as outras, sem nem levar em conta seu tamanho minusculo e a portabilidade, levando em conta esse detalhe se torna a melhor.