Telefones e tablets com Android: mais um pouco sobre eles

por Marcos Elias

Continuando o artigo introdutório sobre smartphones com Android :) No texto anterior (se não viu: Telefones Android) comentei sobre os “computadorezinhos de bolso”, os smartphones, a diferença entre 3G e Wi-Fi, passando brevemente por preços dos telefones com Android na prática. No final um breve comentário sobre telas capacitivas e resistivas, diferença que normalmente é percebida no uso entre os “xing ling” genéricos e os originais, de fabricantes conceituados.

GPS: guia, mapa e localizador no celular

Os telefones com Android têm GPS, um sistema de localização mundial via satélite – Global Positioning System, geo-posicionamento por satélite ou simplesmente sistema de posicionamento global. Quem dirige carro nas grandes cidades normalmente conhece bem o que isso quer dizer, e há aqueles que não conseguem viver sem!

No Android o GPS serve tanto para usar com mapas, obtendo dicas de navegação, caminhos, etc, como para localização em aplicativos diversos. Por exemplo, indicar de onde você está postando um tweet, fazer check-in no Foursquare ou simplesmente marcar a localização das fotos tiradas com o aparelho, o que é útil depois para vê-las num mapa.

Android Market: milhares de programas gratuitos e pagos

O Android Market é um canal oficial de distribuição de programas para o Android. Quem usa Linux (ou Mac, depois da App Store) está bem acostumado com isso: um local onde você digita o nome do programa e o sistema simplesmente baixa e instala. Sem precisar ficar clicando em avançar, avançar… nem escolher opções diversas, pastas ou dlls, etc. Como boa parte dos leitores do Explorando usam apenas Windows, optei por comentar isso. Assim como a App Store do Mac ou iPhone, o apt/dpkg do Debian, o yum/rpm do Red Hat, temos o Android Market no Android.

Android Market

Existem inúmeros programinhas, gratuitos e pagos, que fazem as mais diversas funções. Alguns sites fornecem apps próprios para facilitar o acesso aos mesmos. O WordPress, por exemplo, tem um aplicativo para Android que pode ser mais rápido e leve do que entrar no WordPress pelo navegador – afinal a página comum tem muitos scripts, podendo ficar lenta nos smartphones. Quando não fica lenta, pode ficar comprometida visualmente, dependendo do tamanho da tela. Com a app nativa feita pelo pessoal do WordPress isso se resolve. Ela pode não oferecer todos os recursos, mas oferece os principais, com uma interface limpa e otimizada para a tela pequena.

Citei só o WordPress como exemplo, mas há muitas outras, como Facebook, Twitter, Flickr, etc. Além de apps nativas como o Maps e Gmail, muito mais confortáveis do que entrar pelo site no navegador na telinha.

Computador portátil: HDMI, conexão com a TV ou monitor, USB, Bluetooth…

Alguns modelos mais caros oferecem saída HDMI para conexão com a TV ou monitores modernos. Dependendo do modelo dá até para usar teclado bluetooth, tendo uma espécie de computadorzinho portátil mesmo. Basta chegar e conectar à TV ou monitor para começar a usar com a tela grande, ideal para vídeos ou fotos, ou o que mais você quiser. Isso depende dos aparelhos e normalmente só tem nos mais caros, afinal não é um recurso essencial para um smartphone.

A concorrência e os telefones chineses baratos

Muitos telefones chineses baratos vêm com telas resistivas, que são comandadas por pressão. As capacitivas já são comandadas apenas por toque. Elas oferecem menos precisão da área a ser tocada, mas basta deslizar ou tocar com o dedo, sendo bem mais agradáveis – inclusive não precisam de canetas, aquelas “stylus”.

Hoje temos modelos baratos de marca com Android por cerca de R$ 300 a R$ 500, com acesso ao Android Market e garantia, e tudo mais. Vale mais a pena do que comprar um telefone celular comum, mesmo com tela de toque, que não é um smartphone. É claro que os modelos baratos com Android não são tão rápidos e poderosos para jogos como os mais carinhos, mas perto de um telefone simples que só roda programinhas em Java, quem tem um Android barato está no paraíso.

Tablets com Android: quase um computador!

Além de smartphones temos também tablets com Android, criados para concorrer com o iPad, da Apple. Os tablets são basicamente um dispositivo com uma tela, sem teclado físico nem muitos botões. Normalmente a tela vai de 7 a 10 polegadas. O iPad da Apple é um dos mais famosos e bem sucedidos, só que o preço de $500 dólares não agrada em nada alguns mercados, como o nosso Brasil, em que ele sai a partir de R$ 1650.

foto do iPad
Foto do iPad, via Wikipedia

Assim como no caso dos smartphones, também existem tablets chineses baratos. Quase sempre ficam na faixa dos R$ 300, mas há modelos ainda mais baratos. Em geral a experiência de uso deles é de modesta a péssima.

Acho C902
Acho C902: um modelo pequeno e muito barato, pouco mais de R$ 100, que roda diversos formatos de vídeos.
Ele se destaca nisso, já que muitos desses chineses não se dão tão bem em multimídia.
Veja uma análise dele no Hardware.com.br

Muitas vezes os processadores usados são lentos, a tela é resistiva (dura para acertar os comandos) e o Android não vem com suporte oficial do Google, perdendo acesso ao Android Market. Até dá para instalar programas baixando os arquivos deles manualmente de alguma forma (os .apk), mas a experiência pode ficar comprometida. Eles servem para navegar na web e ver vídeos, só que a escolha certa fica muito difícil: existem inúmeros modelos com grandes variações na qualidade de construção e velocidade de processamento, e quase sempre não têm garantia. Alguns até vêm com o Android Market, mas muitos não respeitam as regras de licenciamento do Google (incluindo inclusão de GPS e câmera) e podem perder o acesso ao Market quando o Google se mexer, já que provavelmente usam métodos para burlar o sistema.

tablet conectado a um teclado
Exemplo de tablet conectado a um teclado

Uma coisa a considerar também é a interface. As versões 2.x do Android foram criadas para smartphones, pelo menos até o 2.3. Existem muitos tablets usando essas versões. Elas funcionam, mas não foram projetadas para telas grandes. Como resultado a experiência de uso pode ficar comprometida, com algumas aplicações não aproveitando o espaço todo da tela e outras coisas estranhas. O Android 3.0 (Honeycomb) já é o contrário, foi projetado exclusivamente para tablets, mas são poucos os modelos que vêm com ele. A versão Ice Cream Sandwich suportará tanto smartphones como tablets, mas dificilmente será possível atualizar – com satisfação – os modelos atuais.

Entre os tablets de marca se destacam o Xoom da Motorola e o Galaxy Tab da Samsung, só que são caros. O recém lançado IdeaPad A1 da Lenovo promete bastante, sendo um modelo de marca a $200 dólares – quando chegar por aqui poderá estar bem mais caro, claro, mas abaixo dos outros. Ele não é veloz como os outros mais caros, mas não deixa a desejar nas tarefas básicas, custando – em dólares – o dobro do valor dos modelos chineses de marcas desconhecidas, enquanto que outros tablets custam de 3 a 10 vezes ou mais o preço desses.

Assim como o iPad, existem versões de tablets com Android com 3G e Wi-Fi. A escolha deles deve ser feita com cuidado, o melhor é pegar um tablet com Android 3.0 (ou o futuro Ice Cream Sandwich) ou, então, o próprio iPad da Apple – que usa o iOS, mesmo sistema do iPhone e iPod touch, só que conta com aplicativos diferenciados para aproveitar a tela maior.

Windows Phone e Symbian: cuidado com os antigos!

Nesse mundo dos smartphones muita gente se encanta com os que têm teclado completo (QUERTY…). Só que há à venda muitos modelos com o Windows Mobile, um sistema precário e antigo para os padrões atuais, além de vários aparelhos com o Symbian (principalmente da Nokia). Em geral eles funcionam bem dentro do que se propõe, só que estão num nível abaixo, ficando bem inferiores ao Android (do Google) ou iOS (da Apple).

A Nokia até tem versões atuais do Symbian, mas ele deixou de ser o foco dela depois que ela anunciou uma parceria exclusiva com a Microsoft. O Symbian está perto do fim, não há comprometimento no lançamento de novos aparelhos com ele, o que reduzirá a popularidade e o interesse nos desenvolvedores em criar apps para o mesmo. Resumindo, hoje é uma péssima escolha – a menos que o preço faça valer a pena mesmo.

A Microsoft tem o novo Windows Phone, que é moderno e compete com os atuais, apesar da baixa disponibilidade de aparelhos com ele. Quando a Nokia lançar vários modelos com o Windows Phone essa situação deverá mudar.

Se for com Windows Phone 7 ou acima disso, tudo bem, é um smartphone moderno. Mas se você espera um smartphone agradável, fuja de qualquer coisa com Windows Mobile, que é antigo. Muita gente cai nas conversas dos vendedores de lojas de móveis e eletrodomésticos ao comprar um telefone com Windows, só que não tem nada a ver com o Windows para computadores ou notebooks, sendo um sistema velho e ruim ao considerar os padrões atuais. Aproveitando, este post do Gizmodo fala bem sobre a confusão entre Windows Phone e Windows Mobile, causada por muitos vendedores em vários locais do mundo.

Ainda existem outros sistemas, como o Bada da Samsung, que não é tão ruim mas está longe de chegar ao lado do iOS ou Android. Esse review (também do Gizmodo BR) fala bem o que dá para perceber dele: chamar o Bada de smartphone é forçar a barra.

Mais sobre Android no futuro

Pretendo publicar algumas dicas de operação do Android por aqui em breve. Hoje em dia muita coisa é feita pelos smartphones e tablets, deixando os computadores um pouco de lado. Essa tendência, é claro, é mais visível em países mais desenvolvidos, mas já se mostra presente nas grandes cidades brasileiras também. Um fato é que o Windows, Linux e Mac precisam dividir o espaço com o Android e iOS, sistemas operacionais mobile.

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Comentários arquivados

  1. Wagner escreveu

    Já dá prá comprar smarts e tablets por até R$ 129!!!
    Se quebrar, joga fora e compra outro!
    Sai muito mais barato que o absurdo cobrado pelas majors aqui nop Brasil…

  2. escreveu

    Sei não se vale, pela experiência de uso ser sacrificada… Eu pessoalmente não consigo usar um tablet muito lento ou com tela resistiva, tem horas que dá vontade de tacar na parede, rs…

  3. Diego Neves escreveu

    Meu caro, eu adoro Savoy. Mais não consigo abaixar. O que eu faço.?